Diário da Cultura: Há quanto tempo você tem esse projeto?
Garrido: O projeto tem oito anos e começou na Rua Santo Antonio, mudamos para a Avanhandava por causa da reforma no viaduto Santo Antonio.
Diário da Cultura: Como surgiu a idéia de montar uma academia embaixo do viaduto?
Garrido: A idéia surgiu quando eu trabalhava de segurança no Vale do Anhangabaú, e vi um garoto sendo espancado por policiais militares e eu não pude ajudá-lo.
Diário da Cultura: Que tipos de investimentos você recebeu no inicio do projeto?
Garrido: Comecei com geladeira, pneus, ferro velho e amortecedor de caminhão, mas o projeto não é auto-sustentável por isso, necessitamos de doações.
Diário da Cultura: Como a população da região reagiu ao ver uma academia embaixo de um viaduto?
Garrido: Primeiramente foi um choque! Porque quando se fala de viaduto, todos pensam que é um submundo, houve muitas dificuldades, era o mundo contra um, mais na verdade era um contra o mundo.
Diário da Cultura: Qual é o intuito do projeto? Tirar as crianças da rua ou formar atletas?
Garrido: Olha. O projeto visa re-socializar as pessoas, não visa formar atletas mais campeões, pois na medida em que uma criança deixa de usar drogas, ela já é um campeão, pois um campeão você forma todo dias, toda hora, a cada minuto.
Diário da Cultura: Quem é o Garrido?
Garrido: Um nordestino que não é nenhum herói, somente um cidadão comum, inconformado com o que vê, com o preconceito e com a falta de informação das pessoas